sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Dez Minutos para Morrer

O relógio marca 07:46h. Carl acabou de sair. Esteve a noite inteira a contar sobre seus sonhos e como eles influenciam sua vida diária. Reluto em ir me arrumar. O jornal apareceu, como por encanto, por baixo da porta. A notícia que estampa a primeira página é aterradora. "Homem morre esmagado por caminhão". Começo a ler e encontro o nome de Carl Simons. Morrera na noite anterior esmagado por um caminhão desgovernado. O mesmo Carl que saíra a dois minutos estampa a mórbida matéria. Ou enlouqueci ou Carl em espectro me azucrinou a noite inteira. Ligo para sua casa e do outro lado da linha uma mulher desesperada relata tudo nos mínimos detalhes. Pergunto sobre o velório. São 07:51h. Preciso de um banho. Caminho trôpego ao banheiro. Noites em claro me deixam trôpego. Cruzo o corredor a caminho do banheiro. Preciso fazer a barba. A primeira faz tchan, a segunda faz tchun e tchan tchan tchan tchan, Carl está no banheiro comigo. O relógio marca 07:56. Grito desesperadamente. O espectro gargalha. De sua testa escorre um sangue escuro. Tento correr, escorrego no chão molhado e caio. A cabeça se parte em duas quando encontra o vaso sanitário. Morri ali.

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