segunda-feira, 24 de maio de 2010

O Diabo na névoa do banheiro.

Em minhas antigas recordações eu sou militante do Partido dos Trabalhadores e defendo a honra de Lula como quem defende um filho. Eu sou um militante cego. Não tolero comentários contra o ícone máximo do PT. Sou um servo fiél, cego. Quando me perguntam quem é Lula, digo que é o Jesus Cristo moderno, o homem mais correto e ilibado que existiu, existe e há de existir em toda a história da humanidade. Quando durmo, em meus sonhos, sou um servo protetor. O meu Jesus Cristo tornou-se seu próprio Judas. O meu Jesus deu em si o beijo de Judas. Deve ter sido no espelho do banheiro. Lula saiu, a toalha enrolada na cintura, os cabelos molhados. Olhou-se no espelho e beijou o seu reflexo vagarosamente. Depois olhou novamente a imagem e numa masturbação mental, pensou: Sou maior que Jesus Cristo. Junto dele, oculto pela névoa do banheiro, o Diabo sondava, extasiado num gozo feliz.

Eis que Lula agora abraça Roseana Sarney. Nunca em minha vida eu presenciei  a deterioração de uma pessoa como a de Lula. Ele apodrece como um cadáver ao sol. Deve cheirar mal. Deve ter o cheiro de corpos em decomposição. De sua boca devem sair larvas, a fala afiada, a ironia dos idiotas.

Lula deita-se na mesma cama com Rosenana e José Sarney, Collor, Renan Calheiros e tantos outros demônios do passado, numa suruba suja e fétida. Quem come quem?

Eu perdoei alguns inimigos antigos, mas não os levo para comerem em casa. A eles eu reservo poucos palavras, quase sempre monosilábicas. Lula tece elogios aos seus antigos inimigos, como cartas de um amante desesperado.

Eu odeio Lula. Não como um discípulo de FHC. Eu odeio Lula como um discípulo pode odiar o seu antigo mestre. Eu odeio Lula pelas suas mentiras, sua covardia, sua sanha populista, sua canalhice, sua odiosa necessidade de se autopromover. Eu odeio Lula como um cego que começou a enxergar.