sábado, 8 de agosto de 2009

O Sol lá fora em poucos minutos irá morrer. O dia passou e as coisas que eram já não são mais. Alguma coisa ficou no passado recente e não está mais, nunca mais nada. Quisera eu pudesse parar o tempo e caminhar sobre os trilhos da minha vida. Ou ousasse errar, mas como, mais do que errei? Já não penso mais em anos, mas em dias. Os anos que se foram não voltam mais. E se voltassem? Não os quereria. Esse é o lamento de um homem infeliz com as coisas que não fez. Das coisas que eu fiz , de nenhuma delas eu me arrependo. Ou de uma só, uma apenas. De deixar a terra que eu queria como minha. Pode um homem sofrer por uma terra mais que sofreria por uma mulher? Precisei sofrer eu mesmo para saber que sim. É uma dor que não cessa, uma ferida que escorre todo hora. Meu ouvido vaza, todas as manhãs. E um odor fétido escorre. Eu esqueço e penso em outras coisas, mas não consigo. Estúpido que sou, hipócrita, miserável, porco miserável. Sofro de banzo. Assim como os negros trazidos como escravos, vejo desaparecer no horizonte meus sonhos mais inocentes. Queria vento. É disso que precisa minha alma para viver. A vida não tem sentido nesse lado do país. Preciso de mar, de areia onde possa me esparramar. Mas não um mar qualquer, aquele mar, somente aquele. É como um homem rico que pode ter todos as mulheres. Ele não quer, quer somente aquela. Quero aquela praia. Santo Deus, seria capaz de morrer para em espírito vagar eternamente por aquela ilha?

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