quarta-feira, 28 de abril de 2010

Morreu aos 32.

Júlia sentiu o gosto de sangue escorrer garganta abaixo enquanto Marcos a esbofeteava. Tantos anos ao seu lado culminavam em dor e sofrimento nunca antes imaginados. Se o tivesse largado ao primeiro sinal de agressividade, talvéz sobrevisse a esse dia. Mas achou normal aquela violência contida. Quando lhe dizia coisas cruéis, ignorava. Quando lhe chamava de Cadela Ordinária, ignorava o teor das palavras e seguia a vida, sempre em frente. No dia em que bebeu um pouco mais e a forçou ao Coito, imaginou que não deveria ser a única, por isso não gritou. Em todos os anos em que viveu ao seu lado, nunca cogitou o largar por ser violento, sádico, cruél.

Quando Marcos a sufocou com o cordão do sapato, lembrou-se da mãe e do pai. Morreu aos 32.

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